A reunião ordinária de 28 de novembro integrou 16 pontos na Ordem de Trabalhos (OT), tendo iniciado com a aprovação da ata da reunião ordinária de 14 de novembro, após uma ressalva feita pela vereadora do PS, Katarina Da Silva. Seguiram-se duas propostas no domínio dos recursos humanos: a primeira, relativa à estrutura e organização dos serviços municipais, aprovada por unanimidade; a segunda, relativa ao mapa de pessoal para 2025, aprovada por maioria com a abstenção da vereação do PS. Depois, foi proposta a fixação das taxas afetas ao Imposto Municipal sobre Imóveis para os valores mínimos permitidos por lei, tendo sido aprovado por unanimidade. A proposta seguinte prendeu-se com a fixação de percentual para a taxa variável de IRS em 2025. O vereador do Partido Socialista, Octávio Rodrigues, pediu a palavra para se referir, novamente, ao aumento do número de Municípios que abdicam, total ou parcialmente. O vereador disse que a insistência em cobrar os valores máximos do IRS neste momento já é mais “uma birra” e refere que, dentro de pouco tempo, é provável que quem hoje “vota afincadamente a taxa máxima de IRS um dia votará a favor que se baixe”. A Presidente da Câmara respondeu que o “o valor do IRS é canalizado para a ação social e as famílias precisam desse apoio”, tendo o vereador do PS respondido que as famílias também beneficiam através da redução do IRS. A proposta foi aprovada por maioria, com os votos contra da vereação socialista. Foi ainda proposto e aprovado por unanimidade a taxa municipal de direitos de passagem para 2025 e nomeação como auditor externo das contas do Município para o ano económico de 2025, e tomado conhecimento das contas intercalares do 1º semestre de 2024. O ponto 9 prendeu-se com as Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para 2025, tendo sido uma proposta que mereceu particular atenção da vereação. A Presidente da Câmara começou por apresentar o Orçamento, no valor de 29 milhões, referindo uma manutenção da aposta na ação social, melhoria de equipamentos e infraestruturas, e uma aposta no desenvolvimento económico e industrial. A vereadora do PS, Katarina Da Silva, pediu a palavra e começou por dizer que “Esperava que o último Orçamento deste mandato, com um Executivo diferente daquele que se figurava por esta altura no ano passado, trouxesse ideias novas e uma nova perspetiva de futuro para o concelho. Mas aquilo que vejo é exatamente o mesmo que vi para 2024 e pouco diferente dos Orçamentos de 2023 e 2022”. A mesma vereadora referiu que há diversas atividades e ações que são planeadas ano após ano, mas que nunca chegam a ser concretizadas (tais como a criação do Centro Interpretativo do Alvão, a qualificação do cineteatro de Vila Pouca de Aguiar, refuncionalizações de jardins infantis, criação da feira do livro, entre outros). A vereadora do PS prosseguiu, dizendo que tal “reflete não só um vazio de ideias, mas também porque demonstra que muitas das ações ou ideias pioneiras propostas são, ano após ano, inalcançáveis para este Executivo”. Mais disse que pressupõe que a taxa de execução das atividades propostas é baixa, conquanto nunca se tenha feito tal análise. A vereadora Katarina Da Silva prosseguiu a sua intervenção, referindo as questões prioritárias estabelecidas pelo Executivo: sustentabilidade da água e a resiliência aos fogos. Relativamente à água, a vereadora do PS referiu que aquilo que se propõe é exatamente igual ao ano passado, “vírgulas e tudo”, sendo que a única nova medida se prende com a ETA na Lixa do Alvão, que “não foi mais do que a passagem de testemunho para o Município de um serviço que já era assegurado pela Iberdrola”. Questionou então “no que concerne a água, cuja importância tão bem se fala neste documento, que ações ou obras específicas estão previstas para 2025?” e ainda se o documento tem em consideração o Decreto-Lei n.º 77/2024, que prevê o reforço das atribuições do Conselho Tarifário da ERSAR e o papel dos Sistema multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento. O vereador Octávio Rodrigues reafirmou esta questão, dizendo que “a minha preocupação com o DL 77/2024 é que nós, Município, façamos os investimentos nas infraestruturas para depois vir uma entidade externa decretar os preços a praticar”. A Presidente da Câmara respondeu que se tem feito investimentos no setor da água, nomeadamente na colocação de reservatórios e implementação de medidores de caudal, para fazer medir o desperdício, fugas e ligações diretas. Sobre o DL 77/2024, disse que o Município terá de fazer o cálculo da estimativa de despesas associadas para ajustar as tarifas. A vereadora do PS, Katarina Da Silva, pediu a palavra novamente para se referir à resiliência aos fogos. Disse que “não basta dizer que os incêndios são uma prioridade, se depois os eixos estratégicos, as ações planeadas e o Orçamento não refletem essa relevância”, questionando que ações se pretendem desenvolver para que cenários como o de setembro de 2024 e de tantos outros verões não se repitam. A Presidente da Câmara respondeu que é uma questão delicada, uma vez que carece de uma estratégia consertada com outros territórios e entidades. Mais disse que pretende dar mais e melhores condições à proteção civil e bombeiros e fomentar a participação dos Conselhos Locais dos Baldios neste âmbito. A vereadora do Partido Socialista pediu mais uma vez a palavra, para se referir às Grandes Opções do Plano, considerando que é aqui que analisa as verdadeiras prioridades do Município. A vereadora Katarina Da Silva disse que, “considerando os dois temas prioritários, a água e os fogos, a proteção civil é o único domínio cujo peso orçamental aumentou do ano passado (ainda que apenas 0,3%) e com o qual se podem, à primeira vista, ligar”. A mesma vereadora refere que “o resto é aquilo que se vê”, destacando o desinvestimento na educação, na ação social, saúde, defesa do meio ambiente, no desenvolvimento agropecuário e silvicultura e no saneamento e salubridade. Sobre a descida do investimento na agricultura, a vereadora lamentou a fraca aposta no